Como lidar com a birra


Meu filho começou a fazer birra pra valer com 1 ano e meio mais ou menos. Minha filha mais nova com 2 e meio. Li em muitos lugares que era a fase da birra – o “terrible twos”. De um lado nós, pais, querendo colocar ordem na casa, de outro nossos filhos querendo impor suas vontades. E sem saber expressar suas frustrações, as crianças se reagem com choro e raiva.

Então, li recentemente um artigo que me fez pensar. Por que rotular tão negativamente nossos filhos? Por que fase da birra e não das descobertas? Fase do amadurecimento, fase de se mostrar pro mundo, de descobrir a individualidade, de aprender a ter autonomia. Que dá muito trabalho, demanda muito dos pais, que precisam ter limites firmes e muitas doses de paciência. Mas o resultado é maravilhoso. Posso ver isso no desabrochar do meu filho mais velho e vale todo o esforço. Faz tempo que a fase da birra pra ele passou e já quase não lembro de como foi complicado passar por ela - agora parece mais fácil não chamar de "terrible twos".

Minha estratégia com meu filho antigamente era o do cantinho do pensamento. Meio “super nanny”, que coloca a criança num cantinho “n” minutos e depois volta pra conversar e receber as desculpas (sendo que “n” é a idade da criança). Não tive uma boa experiência. Foi uma fase difícil, com várias cenas de caos. Filho se jogando no chão, batendo, chorando muito... E a técnica apesar de funcionar em alguns momentos, em outros aumentou muito a irritabilidade. Usamos um quadro de incentivo também - adaptado à nossa rotina, que eu e minha mãe fizemos. Tinha uma coluna com os combinados a serem cumpridos e estrelinhas que ele ia ganhando conforme atingia os objetivos. No início da semana ele escolhia um programa pro fim de semana seguinte e se ganhasse um mínimo de estrelinhas ele conquistava o "prêmio". Mas só funcionou bem no início, depois ele foi ficando entediado com o quadro.

Com a minha filha mais nova aprendi a estratégia da escola, que já usava com o mais velho nessa época: não cumpriu o combinado, perde o direito. Anuncio, por exemplo, na hora do almoço, que pra conquistar o direito de ver televisão depois precisa se sentar à mesa e se comportar durante a refeição. A idéia é tirar o peso da palavra castigo e mostrar que só se tem a perder não seguindo os combinados.  

Hoje em dia, quando passo por dificuldades com meus filhos, costumo recorrer a sites como Psicologia do Brasil  e seu grupo no facebook Espaço Psi. Traz muitas dicas para lidar com as crianças. Recentemente li uma entrevista com o pediatra Daniel Becker que achei sensacional. Ele fala de como atualmente estamos "superprotegendo" nossos filhos, evitando dizer "não" para que não fiquem frustrados.  



Minha estratégia atual tem funcionado melhor e raramente preciso "retirar o direito" de alguém. A primeira coisa que faço é lembrar os combinados  e manter o "não" - dou um aviso, sem negociação. A segunda é tentar mudar um pouco foco naquele momento, chamando atenção pra outra coisa ou mudando de ambiente. Às vezes mudo de assunto e começo a contar histórias de quando eu era criança  - histórias da nossa infância fazem o maior sucesso, ainda mais se forem engraçadas. Se meus filhos tentam voltar ao assunto, costumo dizer: "vamos conversar sobre isso quando você se acalmar". A terceira, somente depois que o choro e a raiva passam, é abaixar na altura das crianças e explicar que entendo que elas tenham ficado chateadas, que é normal sentirem raiva, mas tenho que fazer o que acho certo pra elas. Sem muito papo...



Esse texto português muito bem escrito resume uma estratégia pra lidar com as birras:

Birra
Fonte: Oficina de Psicologia



Se você já tentou de tudo e nada parece funcionar, vou dividir com você meu mantra de mãe:  paciência e persistência são a alma do negócio.

E se você descobriu uma forma diferente de lidar com a birra - divida sua experiência aqui, ela será super bem vinda.



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