No Mundo da Maternidade: Cólicas e refluxo

Não há coisa pior para uma mãe do que ver seu filho chorar de dor. Quando Felipe tinha entre um e dois meses, chorava muito durante as mamadas. As interrompia no meio chorando, fazendo carinha de dor. Depois de um tempo passei a achar que era refluxo, mas às vezes é muito difícil ter certeza do que está realmente acontecendo.

O bebê que chora puxando a perninha em direção à barriga pode estar tendo cólica. Ela surge em geral no fim da tarde ou início da noite. Está presente em 15% dos bebês. Mas a cólica não é uma entidade muito unânime na medicina. Alguns médicos não acreditam que ela realmente exista e ninguém sabe a causa. Seriam gases? Imaturidade do intestino? Um estudo americano sugeriu recentemente que a bactéria Klebsiella poderia estar envolvida no mecanismo da cólica.

Mas o que fazer pra amenizar esse desconforto? Recomenda-se à mãe evitar alguns alimentos que poderiam estar sendo transmitidos para o leite, principalmente o derivados de leite (queijo, pães, bolos...), mas há quem oriente restrição de cafeína, chocolate, pimentas e muitas outras coisas, nada ainda comprovado. Na prática eu mesma pude observar, apesar de completamente incrédula no início, como a dieta funciona. Mãe faz realmente de tudo por seu filho. Cortei tudo que fosse suspeito. E era só sair da dieta que Felipe voltava a chorar... Testei várias vezes sem acreditar... até decidir que não tinha jeito. Adeus pizza e chocolate. Aos quatro meses de vida o bebê já começa a melhorar das cólicas, até que elas desaparecem de vez e a dieta volta ao normal.

E depois que a dor aparece? Distraia o bebê cantando músicas, andando pela casa, fazendo carinho. Podemos colocar o bebê barriga com barriga conosco e aquecê-la com nosso próprio corpo. Podemos usar compressa morna. Há alguns tipos descritos abaixo, mas eu gosto particularmente da almofada térmica instantânea, que aquece em 10 segundos após apertar um dispositivo em formato de moeda e fica morna por 40 minutos (depois exige que seja fervida pra voltar ao normal, mas nesse ponto o bebê já deve ter se acalmado). Uma dica pouco prática, mas rápida e econômica é o uso de uma toalhinha úmida aquecida no microondas. Cuidado só pra não deixar o bebê muito molhado... nem queimado. Ajuda também levar o bebê ao peito porque mamentar tem efeito analgésico e a sucção acalma. Quanto a medicações nenhuma tem eficácia comprovada. Luftal não funcionou no meu caso. E os médicos não costumam recomendar justamente por não ter efeito comprovado na cólica. Funchicórea também não (aliás, ela está proibida).

Termoclick: produto frequentemente em falta, encontrei um semelhante abaixo

Bolsa térmica com sementes naturais
Vários modelos a venda no: Elo7

Já o refluxo, é natural, fisiológico e está presente em 50% dos recém-nascidos. Se manifesta pela golfada, que não traz nenhum desconforto pro bebê. O esfíncter gastro-esofágico imaturo permite o retorno de leite para o esôfago e ele é regurgitado. Mais raramente, ele pode ser patológico, quando está associado a dor e perda de peso, merecendo tratamento medicamentoso. A dor é sobretudo após as mamadas, o bebê chora quando em posição deitada e melhora quando em pé, e pode apresentar salivação excessiva e soluços constantes.

Entre as medidas não-farmacológicas estão evitar roupas apertadas e fracionar as mamadas em mamadas mais curtas e frequentes. A alimentação da mãe deve ser a mesma do bebê com cólicas: nada de derivados do leite, chocolate, etc. É recomendado também elevar a cabeceira do berço uns 15-20cm (45º.). O problema é que o bebê vai escorregando... Encontrei um produto chamado Rampa Anti-Refluxo com Baby Paraquedas que funciona com um suspensório para prender no berço e segurar o bebê na rampa/colchão anti-refluxo que pode ser comprada junto. E tem ainda o Colchão anti-refluxo Sogni D'Oro, também interessante - ele só não possibilita que o bebê fique bem acomodado de lado.